A formulação que nos interessa das Equações de Conservação
(Massa, Quantidade de Movimento, Linear e Angular, e da Energia - 1a
Lei da Termodinâmica), neste curso introdutório, é a unidimensional, o que resulta na formulação integral de cada uma delas.
Ademais, as Equações de Conservação serão aplicadas a um volume de controle fixo com relação a um referencial inercial, com
a característica adicional de ser um volume
de controle não-deformável (os ciclos frigoríficos, compressores, as
bombas, ventiladores, e os sistemas de bombeamento e ventilação são conjuntos
de máquinas e dispositivos construídos, na maioria dos casos, com materiais
rígidos; ademais, são instalados em locais fixos, e por isso estas
simplificações se justificam). A grande maioria das aplicações está associada a
escoamentos permanentes do fluido de
trabalho, isto é, que não variam com o tempo, com o compressor, o
ventilador e a bomba e os respectivos sistemas funcionando em regime estável,
sem oscilações temporais significativas das características operacionais.
A
formulação unidimensional representa uma simplificação do fenômeno real. É a
que se aplica no cálculo de sistemas de compressão, bombeamento e ventilação,
onde se deseja calcular grandezas ditas "macro": o fluxo de massa no
sistema, o fluxo de calor, o trabalho aplicado ou realizado, um certo gradiente
de pressão, a distribuição de fluxo entre as ramificações de um sistema
complexo, a energia específica dissipada (ou perdas de carga) em dispositivos
específicos de um sistema, a variação total de energia entre os limites do
sistema, etc. Mas conduz também a bons resultados quando aplicada à análise dos
ciclos e ao projeto de bombas e ventiladores, mesmo que o escoamento, nestes
casos seja claramente tridimensional. Somente equipamentos de grande porte, e
críticos do ponto de vista operacional e de consumo ou geração de energia, são
projetados utilizando-se formulações bi ou tri-dimensionais do escoamento. Um
exemplo típico são as turbinas hidráulicas: têm projeto individualizado, e as
técnicas modernas utilizam modelos matemáticos sofisticados do escoamento (3D)
e métodos numéricos para a solução do sistema de equações diferenciais
resultantes.
Entretanto,
nem todos os volumes de controle serão como os que utilizaremos nesse curso. Em
vários dispositivos com os quais a engenharia mecânica lida, o volume de
controle é deformável; em outros casos, é conveniente especificar, para
facilitar a análise, um volume de controle não-inercial. Para mostrar que
várias formas de resolver um mesmo fenômeno ou processo na engenharia depende
da aplicação correta das Equações de Conservação a volumes de controle
arbitrados pelo analista, após a apresentação das Equações de Conservação e das
demais Leis da Termodinâmica, discutiremos a análise de um processo com a Lei
da Conservação da Massa utilizando múltiplos volumes de controle e diferentes
formulações da Equação citada. É material de aula do Prof. Sonin, do MIT.
Equação de
Conservação da Massa
“A taxa de
variação temporal da massa no interior do volume de controle é igual ao fluxo
líquido de massa através da superfície de controle”.

onde r é a densidade do fluido, t
é o tempo,
é o volume infinitesimal,
é a velocidade absoluta
do fluido,
é o vetor unitário
normal ao elemento de área dA.



Se
o escoamento é permanente e
unidimensional nas entradas e saídas do V.C., a Eq. de Conservação da
massa simplifica-se para

onde s
e e representam,
respectivamente, as regiões de saída e entrada do fluido através da superfície
de controle.
Ou
ainda, se o escoamento é incompressível
e unidimensional,

Equação de
Conservação da Quantidade de Movimento Linear
“A força resultante
sobre o volume de controle é igual à taxa de variação temporal da quantidade de
movimento no interior do volume de controle mais o fluxo líquido de quantidade
de movimento através da superfície de controle”.
Hip.:
V.C. inercial (isto é, um VC fixo ou se deslocando com velocidade constante em
relação a sistema inercial de coordenadas).

Se
o escoamento é permanente e
unidimensional,

onde
são os fluxos em massa
(
) na saída e entrada do V.C.,
respectivamente.


Fonte: www.fem.unicamp.br/~em672/SFT_00_v1.doc
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