sábado, 18 de maio de 2013

Tubos em U


Começamos com dois tubos em forma de U, de secção uniforme S, que é cheio com água, o tubo esquerdo até uma altura h1e o tubo direito até uma altura h2, tal como é mostrado na figura.
 
A seguir, conectamos ao extremo direito do tubo esquerdo, e o extremo esquerdo do tubo direito, com outro tubo de mesma secção. Temos uma coluna de ar a pressão atmosférica Pa (em cor amarela) encerrada entre as superfícies livres de alturas h1h2 dos dois ramas mais próximos dos tubos em forma de U.
O comprimento da coluna de ar é La=H-h1-h2+d. Sendo H a altura dos tubos em U, e d a separação entre os mesmos, tal como é mostrado na figura
Adicionamos um volume V=S·x de água no ramo esquerdo do primeiro tubo, e observamos os níveis da água nos ramos dos dois tubos, o volume e a pressão da coluna.

Resolução do sistema de equações

Os dados do problema são:
As alturas iniciais do líquido nos dois ramos do tubo em U são
  • a esquerda h1.
  • a direita h2.
  • Comprimento inicial da coluna de ar La
  • Pressão inicial do ar na coluna Pa=1.013·105 Pa
  • Volume de líquido S·x que é adicionado ao ramo esquerdo do primeiro tubo em U.
As incógnitas são as alturas do líquido em cada ramo dos dois tubos em forma de U
  • esquerda do primeiro tubo, h1i
  • direita do primeiro tubo, h1d
  • esquerda do segundo tubo, h2i
  • direita do segundo tubo, h2d
  • Comprimento final da coluna Lf
  • Pressão final da coluna Pf
Para resolver o problema, temos que resolver um sistema de 6 equações com 6 incógnitas.
  1. Se considerarmos a água como fluido incompressível, teremos que
  • O comprimento final do líquido no segundo tubo em U não mudará
 h2i+h2d=2h2    (1)
  • Ao primeiro tubo acrescentamos um comprimento x de água, e pela mesma razão se cumprirá que
h1i+h1d=2h1+x   (2)
  1. Ao estar o fluido em equilíbrio, coincidirão as pressões na origem pelo ramo esquerda do primeiro tubo devidas a atmósfera Pa e a coluna de líquido de altura h1i e pelo ramo direito devidas a pressão Pf da coluna de ar e a altura da coluna de líquido h1d. Se ρ é a densidade da água, e g a aceleração da gravidade a equação fundamental da estática de fluidos é escrita:
Pa+ρgh1i=Pf+ ρgh1d       (3)
Coincidirão também as pressões na origem pelo ramo direito do segundo tubo devidas a atmósfera Pa e a coluna de líquido de altura h2d e pelo ramo esquerdo devidas a pressão Pf da coluna de ar e a altura da coluna de líquido h2i
Pa+ρgh2d=Pf+ ρgh2i       (4)
  1. A coluna de ar tem uma pressão inicial Pa e um volume inicial S·La, uma pressão final Pf e um volume final S·Lf. Supondo uma transformação isotérmica entre os dois estados, temos
Pa·La=Pf·Lf                  (5)
  1. Finalmente, uma consideração geométrica. O comprimento combinada da água e da coluna de ar na secção central dos dois tubos em forma de U permanece constante.
h1+h2+La=h1d+h2i+Lf.          (6)

Solução do sistema de equações

Para resolver o sistema de seis equações com seis incógnitas, são combinadas as equações do seguinte modo.
Somamos as equações (3) e (4)
2Pa+ρg(h1i+h2d)=2Pfρg(h1d + h2i)      (7)
Explicitamos Pf na equação (5) e substituimos na (7)
      (8)
Somamos as equações (1), (2) e (6)
h2i+h2d+h1i+h1d h1+h2+La =2h2+2h1+x+ h1d+h2i+Lf    
h1i+h2d=h2+h1+x+Lf-La     (9)
Na equação (6) explicitamos  h1d+h2i
 h1d+h2i= h1+h2+La-Lf       (10)
Substituímos (9) e (10) em (8) e escrevemos Pa=ρgL0L0 é a altura da coluna de água, cuja pressão na base equivale a pressão atmosférica. Tomando água como líquido manométrico em vez de mercúrio na experiência de Torricelli.
Nos resta a seguinte equação de segundo grau em Lf.
Cuja solução é
   (11)
Conhecida Lf calculamos Pf na equação (5)
Na equação (3) explicitamos h1i- h1d  que com a equação (2) forma um sistema de duas equações com duas incógnitas.
h1i+h1d=2h1+x   (2)
Somando e subtraindo membro a membro ambas as equações despejamos h1i y h1d
                 (12)
Na equação (4) explicitamos h2d- h2i que com a equação (1) forma um sistema de duas equações com duas incógnitas.
h2i+h2d=2h2    (1)
Somando e subtraindo membro a membro ambas equações explicitamos h2d y h2i 
                 (13)
Exemplo:
Dados
  • Altura dos tubos H=1.0 m.
  • Separação d=0.2 m
  • Densidade da água ρ=1000 kg/m3
  • Pressão atmosférica Pa=1.013·105 Pa. Por que L0=10.34 m, altura da coluna de água cuja pressão na base equivale a pressão atmosférica.
  • Aceleração da gravidade g=9.8 m/s2
Com o ponteiro do mouse arrastamos as flechas até fazer com que a altura inicial da água em ambos os ramos:
  • do primeiro tubo seja h1=0.25 m
  • do segundo tubo seja h2=0.45 m
Com estes dados determinamos o comprimento inicial da coluna de ar La= H-h1-h2+d=1.5 m.
Suponhamos que acrescentamos um volume de água ao ramo esquerdo do primeiro tubo, que equivale a uma altura x=0.88 m. Calculamos as incógnitas
Da expressão (11) calculamos o comprimento final da coluna de ar
Da equação da transformação isotermica  (5) calculamos a pressão final Pf
1.013·105·1.5=Pf·1.45      Pf=1.05·105 Pa.
O incremento de pressão foi de ΔP=Pf-Pa=3783 Pa
As fórmulas (12) nos dão os valores das alturas finais de água em ambos ramos do primeiro tubo h1i e h1d
As fórmulas (13) nos dão os valores das alturas finais de água em ambos os ramos do segundo tubo h2i e h2d

Fonte: http://www.sc.ehu.es/sbweb/fisica/fluidos/estatica/tubos_u/tubos_u.htm

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