Começamos com dois tubos em forma de U, de secção uniforme S, que é cheio com água, o tubo esquerdo até uma altura h1e o tubo direito até uma altura h2, tal como é mostrado na figura.

A seguir, conectamos ao extremo direito do tubo esquerdo, e o extremo esquerdo do tubo direito, com outro tubo de mesma secção. Temos uma coluna de ar a pressão atmosférica Pa (em cor amarela) encerrada entre as superfícies livres de alturas h1e h2 dos dois ramas mais próximos dos tubos em forma de U.
O comprimento da coluna de ar é La=H-h1-h2+d. Sendo H a altura dos tubos em U, e d a separação entre os mesmos, tal como é mostrado na figura

Adicionamos um volume V=S·x de água no ramo esquerdo do primeiro tubo, e observamos os níveis da água nos ramos dos dois tubos, o volume e a pressão da coluna.
Resolução do sistema de equações
Os dados do problema são:
As alturas iniciais do líquido nos dois ramos do tubo em U são
- a esquerda h1.
- a direita h2.
- Comprimento inicial da coluna de ar La
- Pressão inicial do ar na coluna Pa=1.013·105 Pa
- Volume de líquido S·x que é adicionado ao ramo esquerdo do primeiro tubo em U.

As incógnitas são as alturas do líquido em cada ramo dos dois tubos em forma de U
- esquerda do primeiro tubo, h1i
- direita do primeiro tubo, h1d
- esquerda do segundo tubo, h2i
- direita do segundo tubo, h2d
- Comprimento final da coluna Lf
- Pressão final da coluna Pf
Para resolver o problema, temos que resolver um sistema de 6 equações com 6 incógnitas.
- Se considerarmos a água como fluido incompressível, teremos que
- O comprimento final do líquido no segundo tubo em U não mudará
h2i+h2d=2h2 (1)
- Ao primeiro tubo acrescentamos um comprimento x de água, e pela mesma razão se cumprirá que
h1i+h1d=2h1+x (2)
- Ao estar o fluido em equilíbrio, coincidirão as pressões na origem pelo ramo esquerda do primeiro tubo devidas a atmósfera Pa e a coluna de líquido de altura h1i e pelo ramo direito devidas a pressão Pf da coluna de ar e a altura da coluna de líquido h1d. Se ρ é a densidade da água, e g a aceleração da gravidade a equação fundamental da estática de fluidos é escrita:
Pa+ρgh1i=Pf+ ρgh1d (3)Coincidirão também as pressões na origem pelo ramo direito do segundo tubo devidas a atmósfera Pa e a coluna de líquido de altura h2d e pelo ramo esquerdo devidas a pressão Pf da coluna de ar e a altura da coluna de líquido h2iPa+ρgh2d=Pf+ ρgh2i (4)
- A coluna de ar tem uma pressão inicial Pa e um volume inicial S·La, uma pressão final Pf e um volume final S·Lf. Supondo uma transformação isotérmica entre os dois estados, temos
Pa·La=Pf·Lf (5)
- Finalmente, uma consideração geométrica. O comprimento combinada da água e da coluna de ar na secção central dos dois tubos em forma de U permanece constante.
h1+h2+La=h1d+h2i+Lf. (6)
Solução do sistema de equações
Para resolver o sistema de seis equações com seis incógnitas, são combinadas as equações do seguinte modo.
Somamos as equações (3) e (4)
2Pa+ρg(h1i+h2d)=2Pf+ ρg(h1d + h2i) (7)
Explicitamos Pf na equação (5) e substituimos na (7)

Somamos as equações (1), (2) e (6)
h2i+h2d+h1i+h1d + h1+h2+La =2h2+2h1+x+ h1d+h2i+Lf.
h1i+h2d=h2+h1+x+Lf-La (9)
Na equação (6) explicitamos h1d+h2i
h1d+h2i= h1+h2+La-Lf (10)
Substituímos (9) e (10) em (8) e escrevemos Pa=ρgL0. L0 é a altura da coluna de água, cuja pressão na base equivale a pressão atmosférica. Tomando água como líquido manométrico em vez de mercúrio na experiência de Torricelli.

Nos resta a seguinte equação de segundo grau em Lf.

Cuja solução é

Conhecida Lf calculamos Pf na equação (5)

Na equação (3) explicitamos h1i- h1d que com a equação (2) forma um sistema de duas equações com duas incógnitas.

h1i+h1d=2h1+x (2)
Somando e subtraindo membro a membro ambas as equações despejamos h1i y h1d

Na equação (4) explicitamos h2d- h2i que com a equação (1) forma um sistema de duas equações com duas incógnitas.

h2i+h2d=2h2 (1)
Somando e subtraindo membro a membro ambas equações explicitamos h2d y h2i

Exemplo:
Dados
- Altura dos tubos H=1.0 m.
- Separação d=0.2 m
- Densidade da água ρ=1000 kg/m3
- Pressão atmosférica Pa=1.013·105 Pa. Por que L0=10.34 m, altura da coluna de água cuja pressão na base equivale a pressão atmosférica.
- Aceleração da gravidade g=9.8 m/s2
Com o ponteiro do mouse arrastamos as flechas até fazer com que a altura inicial da água em ambos os ramos:
- do primeiro tubo seja h1=0.25 m
- do segundo tubo seja h2=0.45 m
Com estes dados determinamos o comprimento inicial da coluna de ar La= H-h1-h2+d=1.5 m.
Suponhamos que acrescentamos um volume de água ao ramo esquerdo do primeiro tubo, que equivale a uma altura x=0.88 m. Calculamos as incógnitas
Da expressão (11) calculamos o comprimento final da coluna de ar

Da equação da transformação isotermica (5) calculamos a pressão final Pf
1.013·105·1.5=Pf·1.45 Pf=1.05·105 Pa.
O incremento de pressão foi de ΔP=Pf-Pa=3783 Pa
As fórmulas (12) nos dão os valores das alturas finais de água em ambos ramos do primeiro tubo h1i e h1d

As fórmulas (13) nos dão os valores das alturas finais de água em ambos os ramos do segundo tubo h2i e h2d

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